Gestores, docentes, técnicos-administrativos e estudantes do Instituto Federal de Pernambuco realizaram, nesta quinta-feira (29), uma mobilização em defesa da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Manifestações e rodas de diálogos aconteceram na reitoria e em todos os campi do IFPE para debater questões referentes ao atual cenário educacional brasileiro. 

Pela manhã, a reitora Anália Ribeiro participou da abertura de um evento no Campus Vitória e conversou sobre o tema com a comunidade acadêmica.  Em seguida, ela promoveu um encontro com servidores, no auditório do Campus Recife, para apresentar as discussões realizadas durante a 40^a Reunião da Reditec, em Vitória (ES), e debater pontos da  “Carta de Vitória: em defesa dos Institutos Federais e da Educação Pública”. O documento foi elaborado e aprovado por reitores, pró-reitores e diretores gerais de IF’s de todo o país que participaram do evento, entre os dias 23 e 27 de setembro. 

Na conversa com servidores, a reitora destacou as questões levantadas a respeito dos cortes orçamentários previstos para 2016 e 2017, da redução dos direitos trabalhistas (PL 257), do teto para investimentos (PEC 241) e, em especial, da Medida Provisória 746 que propõe a reforma do Ensino Médio. “O entendimento que prevaleceu entre os gestores da Rede é de que há uma ruptura com a concepção de Educação Básica, construída historicamente. A proposta é de um ensino pragmático, focado no fazer, que despolitiza o processo de formação estudantil, semelhante ao que preconiza o projeto de lei referente à “Escola sem partido”, afirmou. 

Também foram discutidos pontos referentes à chamada flexibilização da grade curricular do Ensino Médio, à retirada da obrigatoriedade de formação apropriada para o exercício do magistério e à implantação da educação em tempo integral. A reitora repassou o alerta que tem sido feito por educadores de todo de todo o país no sentido de que essa implantação exigirá um aumento dos investimentos. 

O entendimento é de que isso não condiz com o atual contexto de cortes orçamentários e à proposta que prevê o congelamento de gastos públicos por um período de 20 anos, contra a qual a Rede Federal também se posicionou. “A Medida Provisória rompe com ideia de que a educação deve ser tratada como política pública. Por isso,  nossa defesa é de que haja a revisão da MP”, afirmou Anália. 

Assim como no IFPE, outros Institutos Federais de diversos estados do país também participaram das mobilizações. O conjunto de atos faz parte do Dia Nacional e Defesa da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.