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SIASS recomenda cuidados com a hipertensão arterial sistêmica (HAS)

Nutricionistas da equipe alertam para mudanças no comportamento alimentar como parte do tratamento da HAS


CUIDANDO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

 

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a condição mais comum observada na população. Descobrir a HAS de forma precoce e tratá-la adequadamente pode evitar o infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e morte (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). No país, a HAS atinge em média 32% da população adulta e mais de 60% dos idosos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2016).

O número crescente de casos da hipertensão arterial é atribuído ao crescimento populacional, ao envelhecimento e aos fatores de risco comportamentais: alimentação não saudável, uso excessivo de bebidas alcoólicas, falta de atividade física, excesso de peso e estresse constante (WHO, 2013a).

É importante realizar avaliações de forma periódica, pois raramente a HAS causa sintomas nos estágios iniciais. Para isso, você pode procurar o serviço de saúde da família mais próximo da sua casa. As medições da pressão arterial (PA) devem ser registradas durante vários dias antes de se poder fazer um diagnóstico de hipertensão. O diagnóstico é feito através do valor médio da PA de três dias diferentes no intervalo de uma semana, quando o valor encontrado é maior ou igual a 140 mmHg (sistólica) e/ou maior ou igual a 90 mmHg (diastólica). A pessoa, quando diagnosticada, deve agendar consulta médica para iniciar o tratamento e o acompanhamento adequado.

O tratamento que não envolve medicamentos também é muito importante na HAS, envolvendo mudanças de hábitos que acompanharão a pessoa por toda a vida. O controle do tabagismo, do estresse, do excesso de bebidas alcoólicas e do peso ajuda a manter a pressão arterial normal, evitando complicações relacionadas à doença, como infarto e AVC.

Além disso, fazem parte do tratamento da HAS mudanças no comportamento alimentar, como a redução da ingestão diária de sódio e a adoção de uma alimentação adequada e saudável baseada no consumo de alimentos in natura e pouco processados, como frutas, verduras e legumes, inhame, cará, macaxeira, batata-doce, feijões, arroz, milho, amendoins, castanhas, carnes, peixes e ovos, obtendo-se, assim, um padrão de vida mais saudável (BRASIL, 2014).

O consumo excessivo de sódio eleva a pressão arterial tanto em pessoas com pressão arterial normal como naquelas cuja pressão arterial já está elevada. Mais de 2g de sódio por dia contribui para a pressão arterial elevada e aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares (WHO, 2016b, 2016c). O teor de sódio é elevado em alimentos processados e ultraprocessados, por exemplo bacon, sopas industrializadas, pipoca de micro-ondas e condimentos como molho de soja e temperos em cubo (WHO, 2013a). Reduzir a ingestão de sal é uma das operações mais proveitosas para reduzir as doenças cardiovasculares (DCV) em todo o mundo. O consumo médio do brasileiro corresponde a 11,06 g por dia, mais do que o dobro recomendado pela OMS, que é no máximo 5 g por dia (WHO, 2016d).

A seguir elencamos algumas estratégias para redução de sódio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016; WHO, 2016d):

1. Moderar o uso de sal no preparo da comida;

2. Evitar o uso de alimentos processados e ultraprocessados, como enlatados, embutidos, conservas, molhos prontos, molho de soja (shoyu), macarrão instantâneo, caldos de carnes, temperos prontos, carnes conservadas no sal e refeições prontas congeladas;

3. Utilizar temperos naturais para substituir o sal, realçando o gosto dos alimentos e contribuindo para a redução de sal;

4. Evitar deixar o saleiro à mesa;

5. Ler os rótulos dos alimentos processados e ultraprocessados, observando a presença e a quantidade de sódio contidas neles, inclusive os alimentos diet e light, que podem ser ricos em sal;

6. Atentar para o aditivo glutamato monossódico, utilizado em alguns condimentos e nas sopas industrializadas, pois esses alimentos contêm muito sódio;

7. Estar atento aos alimentos ultraprocessados de sabor doce, pois eles podem conter muito sódio (biscoitos recheados e sucos em pó, por exemplo).

 

Referências

BRASIL. Guia Alimentar para a População Brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 107, n. 3, supl. 3, 2016.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Jornal Brasileiro de Nefrologia, São Paulo, v. 32, supl. 1, set. 2010.

WORLD HEATLH ORGANIZATION. A global brief on hypertension: silent killer, global public health crisis. Geneva: WHO, 2013a.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Hearts: technical package for cardiovascular disease management in primary health care. Geneva: WHO, 2016b.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. SHAKE: the salt habit: the SHAKE technical package for salt reduction. Adiposity: Epidemiology and treatment modalities. Rijeka: Intech, 2017.WHO 2016c.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global report on diabetes. 191 Geneva: WHO, 2016d.

  

 

Nutricionistas

Elisabeth Morais

Georgia Bandeira

 

Para dúvidas ou mais informações, entre em contato com a equipe de nutrição através do e-mail siass@reitoria.ifpe.edu.br

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